O ator Paulinho Serra vira febre na internet como um traficante gay.

Uma novela das oito é a maior vitrine que um ator pode ter, certo? Nem sempre. Para Paulinho Serra, o professor Guevara de “Duas caras”, a grande visibilidade está sendo a internet. O ví-
deo no Youtube em que ele aparece interpretando um traficante gay, na peça “Deznecessários”, já teve mais de 840 mil acessos e se tornou febre na rede.

— Não tinha a menor idéia de que isso poderia acontecer. Fiquei realmente surpreso. Tudo começou com uma brincadeira. O engraçado é que estou sendo mais reconhecido pelo traficante do que pela novela — diz Paulinho, que fica em curta temporada com a peça, a partir do dia 2 de maio, no UCI, na Barra.

O ator conta que se inspirou num personagem do espetáculo “Barrela”, de Plínio Marcos, para criar seu tipo:

— Ao assistir à peça em que um cara na cadeia é estuprado, imaginei: “E se ele tivesse gostado?”. Brinco com esse absurdo, a coisa é bem estereotipada.

O curioso é que Paulinho, até os 18 anos, nunca tinha visto uma peça profissional.

— Minha professora de literatura me levou para ver o musical “Metralha”, de Diogo Vilela. Saí de lá pensando: “Sei fazer isso aí também”. Procurei cursos de teatro logo, entrei numa pe-
ça e não parei mais.

Criar personagens engraçados parece não ser tão difícil para Paulinho. Além do traficante gay, ele dá vida a um ex-adestrador de crocodilos sem braço, um ex-homossexual, um velhinho da
Praça Mauá e um pastor que foi cabeleireiro. Todos estão na peça “Deznecessários”.

— Esse pastor promete tirar a escova progressiva da cabeça da pessoa. Essa criatividade foi aflorada na época em que fiz “Aluga-se um namorado”. Foram quatro anos fazendo o mesmo personagem, viajando e tendo momentos de ócio. Para passar o tempo, comecei a criar coisas novas e mostrava em mesa de bar para os amigos. A reação deles era o meu termômetro — lembra.


Fonte: Extra Online